
A pálida luz da manhã de inverno,
O cais e a razãoNão dão mais 'sperança, nem menos 'sperança sequer,
Ao meu coração.O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.
No rumor do cais, no bulício do rio,
Na rua a acordarNão há mais sossego, nem menos sossego sequer,
Para o meu 'sperar.
O que tem que não serAlgures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.
Fernando Pessoa
28.12.1928
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