A ‘sperança, como um fósforo inda aceso
A ‘sperança, como um fósforo inda aceso,
Deixei no chão, e entardeceu no chão ileso.
A falha social do meu destino
Reconheci, como um mendigo preso.
Cada dia me traz com que ‘sperar
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa de Esperança...
Mas viver é ‘sperar e se cansar.
O prometido nunca será dado
Porque no prometer cumpriu-se o fado.
O que se espera, se a esperança e gosto,
Gastou-se no esperá-lo, e está acabado.
Quanta ache vingança contra o fado
Nem deu o verso que a dissesse, e o dado
Rolou da mesa abaixo, oculta a conta.
Nem o buscou o jogador cansado.
Fernando Pessoa
9.11.1928
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domingo, 15 de novembro de 2009
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4 comentários:
Lindooo muiito lindo seu blog!
amei as poesias!!!
Passa lá no meu depois???
beijooo
lindo poema, fernando pessoa é um genio mesmo! passa nesse blog de poemas depois?
http://schuanele.blogspot.com/
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