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domingo, 15 de novembro de 2009

A ‘sperança, como um fósforo inda aceso

A ‘sperança, como um fósforo inda aceso

A ‘sperança, como um fósforo inda aceso,
Deixei no chão, e entardeceu no chão ileso.
A falha social do meu destino
Reconheci, como um mendigo preso.

Cada dia me traz com que ‘sperar
O que dia nenhum poderá dar.
Cada dia me cansa de Esperança...
Mas viver é ‘sperar e se cansar.

O prometido nunca será dado
Porque no prometer cumpriu-se o fado.
O que se espera, se a esperança e gosto,
Gastou-se no esperá-lo, e está acabado.

Quanta ache vingança contra o fado
Nem deu o verso que a dissesse, e o dado
Rolou da mesa abaixo, oculta a conta.
Nem o buscou o jogador cansado.

Fernando Pessoa
9.11.1928

4 comentários:

Aninha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aninha disse...

Lindooo muiito lindo seu blog!
amei as poesias!!!

Passa lá no meu depois???


beijooo

Alexandre Terra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alexandre Terra disse...

lindo poema, fernando pessoa é um genio mesmo! passa nesse blog de poemas depois?

http://schuanele.blogspot.com/

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